Os locais de divertimento eram os bailes de roda no São João e no São Pedro! Lembro-me de uma ou duas vezes aparecerem na minha aldeia, alguns circos. Quando tinha 18 anos abriu a sociedade recreativa onde se faziam bailes, sociedade essa que mais tarde passou a ser a Casa do Povo de Sta Luzia. Havia também uma banda de música que saia à rua a tocar em dias festivos.
Na minha escola faziam-se festas tal como se fazem hoje em dia, nas épocas mais religiosas como o Natal ou a Páscoa; recordo-me de um teatrinho em que eu representava uma estrela e de ter dito
Os homens quase todos indiferentes à luz das estrelas;
só os marinheiros nos olham com mais interesse e admiração.
Fui, anos mais tarde, casar com um marinheiro!
No dia 15 de Agosto havia normalmente festa na minha aldeia. De manhã havia missa e procissão, de tarde a tourada e à noite a quermesse. Vedavam um largo da povoação, colocavam mesas pequenas e pequenos balcões. Raparigas vestiam fatos próprios. Serviam-se cafés, bebidas e doces, vendiam-se listas para sorteios de alguns tarecos e quinquilharias.
Também, no dia 13 de Dezembro. dia de Santa Luzia, havia missa e procissão.
Só me lembro de ver um filme e uma peça de teatro quando era menina. Lembro-me também de ver algumas vezes o circo ambulante.A peça de teatro era A Morte de D. Inês de Castro. Havia uma menina, neta do rei, que lhe pediu que não matasse a mamã e se ele queria um beijo. E beijou-o! Nessa altura fiquei cheia de pena. Mostro ser dura mas é um engano. Até quando o meu marido já estava muito mal, quase a morrer me disse: " nunca pensei que fosses assim!" Ao fim de quase cinquenta anos de casados o meu marido não me conhecia. Eu só mostro o que sou quando precisam de mim. Mostro ser dura e devo ser mas nas coisas que eu acho que não estão certas.
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