A minha escola primária, única que tive, era um edifício moderno, numa parte para meninas e noutra parte para meninos. Na parte de trás tinha um grande pátio que abrangia todo o edifício e na frente, dois pátios de entrada. Foi mandado fazer por uma pessoa nobre, nascida na povoação, de seu nome Jacinto Pais, da família do aviador Brito Pais que morreu num acidente de aviação.
Tenho muito boas recordações da minha professora, era muito boa. Trabalhou muito! O edifício tinha sido concebido para ter os dois sexos mas a maior parte do tempo não havia professor para os rapazes pelo que era a nossa professora que dava aulas a todos, rapazes e raparigas. Deveríamos ser perto de 50 alunos.
A minha professora chamava-se Eduarda do Carmo Quintinha. Era algarvia, tenho ideia que era de Lagos. Foi para a minha aldeia bastante nova e esteve lá até morrer!
Tínhamos batas brancas e os rapazes batas azuis com pintinhas brancas. Na sacola levávamos a cartilha maternal se na 1ª classe, a ardósia, a caneta, os lápis e a borracha. Ao passarmos de classe começávamos a ter mais material. Também fazíamos trabalhos manuais com tecidos, linhas, agulhas. Depois, numa certa altura do ano havia uma exposição. Havia meninas que faziam lavores muito bonitos. Era o caso da minha irmã que tinha umas mãozinhas de fada. Também faziamos festas, pequenas peças de teatro que tinham muito sucesso. Tinha uma colega da minha idade que se chamava Maria Adelina que era uma verdadeira artista! Eramos da mesma idade, andavamos sempre juntas, tinhamos os mesmos valores nas passagens de classe. Coitadinha, morreu muito nova!
Aprendi a ler na Cartilha Maternal de João de Deus. Tínhamos que decorar toda a tabuada e toda a gente a sabia, assim como fazíamos contas de somar, subtrair, multiplicar e dividir muito mais difíceis do que hoje em dia. Aprendiamos toda a história de Portugal, toda a geografia de Portugal continental bem como dos Açores, Madeira e de todas as Províncias ultramarinas.
Eu fiz a 4ª classe e parei por ali, com grande pena minha! Nesse tempo era difícil frequentar o liceu porque o que havia era longe de Santa Luzia. Só os filhos de famílias com algumas posses é que continuavam os estudos para lá da 4ª classe.
Aos 19 anos proporcionou-se voltar a estudar, um curso para Regentes Escolares, curso que frequentei com muito empenho e algum sacrifício. No final fiz um exame final em Beja a fim de poder finalmente ensinar! Dei aulas durante 13 anos até ir para Moçambique. Hoje, com 80 anos, tenho pena de não ter continuado a dar aulas na primária mas a minha vida não permitiu.
Aprendi a ler na Cartilha Maternal de João de Deus. Tínhamos que decorar toda a tabuada e toda a gente a sabia, assim como fazíamos contas de somar, subtrair, multiplicar e dividir muito mais difíceis do que hoje em dia. Aprendiamos toda a história de Portugal, toda a geografia de Portugal continental bem como dos Açores, Madeira e de todas as Províncias ultramarinas.
Eu fiz a 4ª classe e parei por ali, com grande pena minha! Nesse tempo era difícil frequentar o liceu porque o que havia era longe de Santa Luzia. Só os filhos de famílias com algumas posses é que continuavam os estudos para lá da 4ª classe.
Aos 19 anos proporcionou-se voltar a estudar, um curso para Regentes Escolares, curso que frequentei com muito empenho e algum sacrifício. No final fiz um exame final em Beja a fim de poder finalmente ensinar! Dei aulas durante 13 anos até ir para Moçambique. Hoje, com 80 anos, tenho pena de não ter continuado a dar aulas na primária mas a minha vida não permitiu.