quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

O casamento

   Casei-me com o Manuel em 1952, tínhamos ambos 27 anos, depois de sete anos de namoro. O meu pedido de casamento foi feito pelo pai do meu marido que o acompanhou a casa de meus pais. Eu estava muito nervosa antes de chegarem, mas depois tudo passou porque sucedeu um facto engraçado, pelo menos eu achei! O meu sogro levava uma espingarda e como o caminho de Garvão para Sta Luzia foi feito a pé, passaram por um montado, o Montado do Arzil, tendo o meu sogro caçado uma lebre que nos ofereceu.
   Fiz o meu enxoval como todas as noivas faziam, na altura. Não era muito nem nada de muito luxo mas parte dele ainda o tenho.
   No dia do casamento estava com uma óptima disposição. Uma prima não gostou de me ver com aquela alegra, censurou-me por isso. Eu disse-lhe " esperei estes anos todos, é natural que esteja alegre".
   Casamos na igreja de Santa Luzia, o ramo ofereci a Nossa Senhora de Fátima, imagem que está na igreja. À saída da igreja deitaram-nos flores e arroz e o meu marido imediatamente exclamou: " Julgam que somos pombos?!"
    A ementa do banquete foi: galinhas e borrego, bolos caseiros e da pastelaria de Luís da Rocha em Beja, que eram óptimos. Bebeu-se vinho tinto e vinho branco mas não houve champanhe.

   

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